Pegar ou largar, o que é melhor?

Você resolve adotar uma estratégia de fechamento rápido e oferece, logo de saída, um valor quase igual a sua melhor oferta. O que acontece?

Você fez tudo certo: identificou o prospect, qualificou-o, apresentou a proposta, respondeu as objeções e esclareceu as dúvidas. Durante todo o processo, o comprador emitiu evidentes sinais de aprovação, fazendo a venda parecer já “estar no papo”. Finalmente, o cliente pergunta: “Quanto custa?”. Você resolve adotar uma estratégia de fechamento rápido e oferece, logo de saída, um valor quase igual a sua melhor oferta.

O consumidor ouve seu preço e diz que não vai discutir se ele é justo ou não, porque só pode pagar 50% desse valor. Dito isso, ele deixa claro que ou você aceita aquela quantia ou pode desistir do negócio. O que fazer então? Acredito que só exista uma resposta para essa questão: depende. Mas do que exatamente? Vejamos:

  • Esse cliente é verdadeiramente estratégico para seu negócio?
  • Seu produto é perecível e está com a validade se esgotando?
  • O volume que o consumidor comprará será capaz de contribuir significativamente para a diluição dos custos fixos?
  • Sua empresa pretende continuar a comercializar aquele produto?

Clientes estratégicos são aqueles capazes de estimular outras companhias a comprarem de nós ou aqueles com os quais ganharemos mais coisas no relacionamento a longo prazo. Muitas vezes, vale a pena perder dinheiro em alguns negócios em função das vantagens indiretas que eles geram. Veja o caso dos institutos de pesquisa, que geralmente não ganham nada para acompanhar a evolução das intenções de votos nas eleições majoritárias (para prefeito, governador e presidente da república), mas se beneficiam imensamente da divulgação gratuita que a publicação de seus dados cria.

A outra hipótese é um pouco mais complicada. Imagine que uma transportadora tem uma frota padronizada, com caminhões capazes de transportar até 15 toneladas. Certo dia, verificamos que um deles vai para determinada cidade e a carga que levará é de apenas 5 toneladas. De repente, o telefone toca e um cliente diz ter uma carga de 8 toneladas para aquele mesmo destino, mas que só pode pagar a metade do preço. O que é melhor? Aceitar a oferta e poder ratear melhor o custo ou simplesmente se negar a fazê-lo e ter de arcar com um prejuízo muito maior?

A última hipótese parece ser a mais fácil de lidar. Temos um produto que será descontinuado e alguém se propõe a comprá-lo pela metade daquilo que costumávamos cobrar. Se tivermos outros interessados, podemos dizer “não” à oferta. Caso aquele seja o único, é melhor aceitar e se livrar de um possível “mico”.

Em resumo, não há uma única verdade para a questão inicialmente proposta. É por isso que eu sempre digo que o vendedor, cada vez mais, precisa exercitar o raciocínio estratégico para poder tomar decisões com rapidez e acertar em situações como essas.

Conteúdos Relacionados

Todo bom vendedor é um Masterchef

Todo bom vendedor é um Masterchef

Recentemente, num cruzeiro que fizemos pelo Caribe, tivemos a chance de participar de um “mini programa” do MasterChef no navio.

Algumas pessoas da plateia são escolhidas, recebem uma lista de ingredientes e precisam criar pratos com os ingredientes, apresentando-os depois para serem avaliados pelo júri (no caso, o capitão do navio e dois de seus assistentes).

Continuar lendo

Pin It on Pinterest

Rolar para cima