Action Labs: 5 etapas para tirar uma ideia do papel e transformá-la em negócio

foguete decolando com ideias para tirar do papel em volta

Metodologia PoC Design amplia assertividade de novos negócios com mais rapidez

Transformar uma ideia em um produto ou serviço leva tempo e dinheiro. Entretanto, de nada adianta uma ideia genial ou uma tecnologia inovadora, se esta não resolve um problema real dos consumidores. Com esse objetivo, a Action Labs criou o Proof of Concept Design (PoC Design). Trata-se de um laboratório experimental, com a utilização desta prova de conceito. Feito para testar projetos e avaliar não apenas a sua viabilidade técnica, mas principalmente se os usuários desejam a solução e se estão dispostos a pagar por ela, antes de colocá-la no mercado.

A Action Labs é uma empresa paranaense que trabalha com modelagem de negócios, produtos e serviços inovadores. Na avaliação de Paulo Renato Oliveira, diretor criativo da Action Labs, o produto ou serviço inovadores não surgem nas empresas com processos tradicionais. “A inovação não é um momento de genialidade, mas um resultado de uma postura de negócios e de processos que tornam a empresa ´fértil` para inovação. É preciso criar rotinas e procedimentos que colocam a inovação no dia a dia da empresa”, explica.

Quer trazer maior inovação à sua empresa? Então confira a entrevista com o diretor criativo da Action Labs, Paulo Renato de Oliveira:

O que vocês oferecem exatamente na Action Labs? Como o seu serviço é diferente das outras empresas similares no mercado?

A Action Labs é especialista na criação de produtos e serviços digitais. Temos uma metodologia própria, chamada de PoC Design, para o planejamento e execução de provas de conceito.

Provar um conceito não é testar a viabilidade técnica de uma solução. É saber, antes de mais nada, se alguém quer ou precisa desta solução. Uma Prova de Conceito bem realizada permite identificar potenciais problemas de naturezas muito diversas. De questões culturais e comportamentais, a aspectos cognitivos e de comportamento, além de detalhes práticos de implementação. Tudo isso antes mesmo de investir tempo e dinheiro em soluções tecnológicas complexas.

Durante o PoC descobrimos com que grau de eficácia um novo produto ou serviço atende necessidades específicas do consumidor. Assim obtemos, por meio de feedbacks objetivos, respostas para as questões mais importante: se as pessoas realmente querem o que vamos oferecer, e quanto pagariam por isso.

Paulo Renato de Oliveira, diretor Action Labs
Paulo Renato de Oliveira, diretor criativo da Action Labs

Na VendaMais somos 100% focados em vendas. Como a Action Labs pode ajudar uma empresa a vender mais e melhor? Pode compartilhar com a gente alguns casos de sucesso?

Uma das disciplinas mais importantes do processo de PoC Design é a aquisição de usuários. Ela une conhecimentos de marketing, mídia, experiência do usuário e muitos outros. Neste processo entram ferramentas de inbound marketing, réguas de relacionamento e todo o arsenal de vendas da nova economia. Fora, é claro, que a própria prova de conceito cria produtos mais “vendáveis”. Este é o grande foco – encontrar necessidades a serem supridas e oferecer soluções para elas.

Que tipo de empresa pode se beneficiar deste tipo de solução?

Praticamente todas. As empresas com vocação para produtos e serviços digitais têm uma relação mais evidente com o PoC Design. Mas hoje todo produto, seja um carro, um desodorante ou um trator, tem o que chamamos de extensões digitais. A experiência do consumidor não se resume mais à aquisição e uso do produto – mas com todos os serviços associados. A Nike tem o Nike Run, uma extensão digital da experiência de uso do tênis, que faz com que a marca passe a habitar a mente do consumidor de forma muito mais presente.

Da mesma forma, que tipo de situação a Action Labs NÃO se propõe a resolver?

A Action Labs não é uma desenvolvedora de software ou uma agência de comunicação digital. Ela une as expertises de comunicação, negócios e tecnologia para criar produtos e serviços digitais.

Quais são os erros mais comuns que você vê as empresas cometendo em relação aos seus processos de inovação para lançamento de novos produtos, serviços ou soluções?

Um dos maiores erros que a empresa pode cometer é acreditar que deve criar processos para inovação. Inovação é uma cultura, não uma série de processos. Os processos para a inovação podem ser os mais variados – assim como os artistas têm os mais diferentes processos criativos.

O melhor que as empresas podem fazer é estabelecer um ecossistema fértil para a inovação. A Action Labs é parte deste ecossistema e é um player capaz de catalisar a inovação mesmo em empresas extremamente rígidas. Gradualmente, com a utilização de metodologias, podemos colaborar na implantação do mindset de inovação nas empresas.

Outro erro frequente é acreditar que a velocidade é apenas mais um dos fatores na inovação. A velocidade é absolutamente essencial. Não é a diferença entre fazer mais rápido ou mais devagar. É a diferença entre fazer e não fazer. Todos os processos devem levar isso em conta.

Acreditar que os grandes produtos e serviços de hoje são fruto de ideias geniais também é um equívoco. Ainda que eles sejam baseados em conceitos inovadores, a forma de execução é decisiva para o sucesso. Portanto a cultura inovadora deve estar disseminada em toda a empresa, para ser aplicada em cada detalhe.

Outro grande engano é estruturar seus processos para planejar e lançar produtos. Toda a cadeia deve ser repensada sob a ótica de que os produtos evoluem – o tempo todo. O ciclo de evolução dos produtos já é muito diferente, mais curto e dá muitas oportunidades de avanços incrementais em períodos muito curtos de tempo. Se a empresa não estiver pronta para isso, vai perder milhares de oportunidades no dia a dia para aproveitar apenas algumas delas em lançamentos pontuais. A perfeição é evolutiva.

Por exemplo: uma universidade americana fez um experimento e deu a alguns estudantes de arte a oportunidade de planejar uma escultura durante todo o semestre, que seria entregue no fim do período. Para outro grupo, exigiu-se a entrega de uma escultura por semana. Ao final do semestre, de quem você acha que eram as melhores obras? De quem planejou bastante ou de quem agiu rápido e aprendeu a cada interação?

Dessa lista de erros, qual você considera o mais grave? Por quê?

Certamente o erro mais abrangente e limitante é ignorar que a Inovação é uma cultura.

Imagine que uma empresa está preocupada em implantar melhorias em relação a este assunto de melhorar seus resultados online. Por onde começar? De maneira sucinta e objetiva, quais as principais recomendações?

  • Implante métricas e compartilhe com toda a equipe, com a maior frequência possível.
  • Crie estruturas ágeis, que permitam responder a estas métricas muito rapidamente (semanalmente, se possível).
  • Incorpore outros players do ecossistema (inclusive clientes – sim, clientes!) neste modus operandi.

Com tanta experiência na área, quais dicas ou informações você vê sendo dadas pela mídia sobre o uso da tecnologia nestas áreas específicas que comentamos acima com as quais claramente não concorda, que acha exageradas ou apenas modismos que passarão?

Muitas. Mas um dos maiores equívocos é confundir negócios baseados em tecnologia da informação com negócios inovadores. Esta confusão tem dois pontos muito negativos. Primeiro, ela nos faz acreditar que uma empresa que tem um aplicativo é mais inovadora do que uma que não tem – o que nem sempre é verdade. E segundo, faz o mercado tirar os olhos de setores em que a tecnologia (principalmente da informação) é menos relevante, como a indústria pesada, a engenharia de materiais e a agricultura de precisão.

Uma empresa do setor financeiro que cria um novo cartão de crédito é o que chamamos de “fintech”. Mas todo o modelo do cartão de crédito já está consolidado há mais de 100 anos. Um atendimento bem estruturado, um bom aplicativo e uma comunicação bem executada são grandes méritos, mas não são inovações. No máximo podemos considerar algumas estratégias como inovações incrementais – pequenas melhorias em serviços e processos. Já uma empresa que promove o microcrédito e o crédito “peer to peer”, como a do indiano Muhammad Yunus, ganhador do Nobel da Paz, mexe em estruturas essenciais do mercado e reformula o conceito de crédito e de valor do trabalho.

Esta não é uma crítica às fintechs, mesmo porque elas não têm o objetivo de ser inovadoras. Elas têm o objetivo de serem grandes empresas, eficientes e rentáveis – e fazem isso muito bem. Mas a imprensa (e as universidades e o mercado) deve ter cuidado ao utilizar essas empresas como benchmarking de inovação. Não podemos deixar os jovens que estão entrando no mercado com planos tão modestos para a inovação. Como dizia uma capa da MIT Review do começo da década: “They promissed me Mars. Now I’ve got Facebook”. Agora é a hora de irmos a Marte.

Confira as 5 etapas para aplicação do PoC Design

Criado pela Action Labs, o processo considera que um negócio leva entre 21 e 45 dias, dependendo da complexidade, para sair do papel. Confira como colocar em prática:

  1. Imersão: é a fase da observação, do entendimento do projeto e pesquisa com consumidores. O primeiro passo é realizar uma profunda entrevista com quem seria o usuário do produto. As respostas e os insights referentes a comportamento e reações geram um Mapa de Empatia, que consiste em reconhecer quem é o entrevistado. Esta etapa permite desenhar a jornada do usuário, contendo os pontos de contato, relacionamento, ações, intenções e reações em cada etapa do processo em que o consumidor estará em atividade com a solução ou produto oferecidos.
  2. Ideação: é a etapa de geração de alternativas para os problemas apontados na fase da imersão. Durante a ideação, a proposta é pensar fora da caixa, apresentando ideias sem julgamento e sem limites, para que funcionem como dicas de insights coletivos.
  3. Priorização: nesta etapa, há a concentração de esforços para a resolução dos problemas. Uma ideia mais objetiva possibilita uma mensuração mais precisa dos resultados. Saber o que não fazer é tão importante quanto saber o que fazer.
  4. Prototipação: mais importante do que provar seu funcionamento, um protótipo de PoC deve trazer respostas. O consumidor realmente está disposto a adotar esta solução? A pagar por ela? Vai utilizar o produto no seu dia a dia? Qual o modelo de negócios mais adequado?
  5. Teste: é a fase em que todas as ideias são colocadas à prova. Não se espera que elas estejam certas, mas que levem mais perto da verdade. Os testes em uma Prova de Conceito devem ser sempre considerados como meio do caminho, e não fim. Idealmente estruturados em ciclos, os testes devem gerar feedback considerando o caráter evolutivo do projeto. O retorno do teste deve ser de “próximos passos” e não de “deu certo” ou “deu errado”.

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