Design thinking: laboratório de inovação Echos revela como desenhar o sucesso de uma empresa

reskill na gestão comercial

Diante de um cenário em que o mundo está em constante mudança e as pessoas estão revendo e modificando valores, as empresas também precisam fazer diferente do que estão acostumadas. A observação é de Mario Rosa, sócio e responsável pela Echos Laboratório de Inovação no Brasil, especializado em design thinking. Ele explica que novas técnicas de gestão estão surgindo para impulsionar as vendas e proporcionar soluções inovadoras que tornem os negócios verdadeiramente impactantes para a sociedade.

Para entender esta mudança de visão e, por consequência de gestão, é importante compreender o conceito de design thinking. Trata-se de um modelo mental baseado em inovação que cria soluções para temas complexos, a partir de uma abordagem criativa e centrada nas pessoas. “Antes de entender se uma solução é tecnicamente possível e financeiramente viável, precisamos entender o que é desejável pelas pessoas. Por isso o design thinking traz um modelo mental pautado não apenas em resolver o problema, mas descobrir qual solução vale a pena ser resolvida”, revela Mario Rosa.

Design thinking para estimular inovação nas empresas

A própria história da Echos começou de forma criativa. dois amigos resolveram criar um blog para compartilhar conhecimentos de design. Juliana Proserpio e Ricardo Ruffo eram, à época, colegas do curso na School of Visual Arts, em Nova Iorque, e estavam impressionados com o conceito de design thinking. A partir dos conteúdos, surgiram os convites para palestras, até que em 2010 veio a primeira proposta para consultoria e o surgimento da empresa.

Hoje a Echos é um laboratório de inovação que utiliza o design thinking para ajudar as organizações a se tornarem mais inovadoras na resolução de problemas complexos e desafios contemporâneos. Presente no Brasil, na Austrália e em Portugal, também promove treinamentos e capacitações em Design Thinking por meio de cursos presenciais e online que já impactaram mais 30 mil pessoas. A Echos possui três frentes de atuação: a Escola Design Thinking, a Innovation Projects e a Descola.

Para ilustrar a aplicação do design thinking, o sócio da Echos traz alguns dos mais comuns desafios enfrentados por empresas de varejo. “Como podemos aumentar a rentabilidade?”; “Como podemos aumentar o ticket médio?”; “Como podemos aumentar o market share?”. Todos esses problemas estão centrados nas empresas, ao invés das pessoas. Ao pensar nestes temas como problemas, as soluções que surgem à mente acabam sendo as mesmas: “para vender mais, faça uma promoção”; “Para aumentar o ticket médio, aumente a comunicação”. Para Mario Rosa, nesta forma de pensamento, a principal pergunta acaba não sendo feita: será isso de fato relevante para as pessoas?. “Essa mudança de mindset que o design thinking propõe vai no sentido de buscar um futuro de maior relevância para o varejo como um todo”, afirma.

Confira a seguir mais sobre a abordagem design thinking e como ela pode ajudar você a trazer uma nova visão para sua forma de vender:

O que vocês oferecem exatamente na Echos? Como o seu serviço é diferente das outras empresas similares no mercado?

A Echos é um laboratório de inovação que atua em três frentes: cursos abertos, cursos in company e projetos de inovação. O grande diferencial da Echos é acreditar no poder da combinação entre design e negócios para revolucionar as empresas, pessoas e sociedade em geral. Além disso, a Echos procura promover o máximo de experiências práticas, pois não há inovação enquanto não tiver mudança na forma de aprendizagem.

Na VendaMais somos 100% focados em vendas. Como a Echos pode ajudar a vender mais? Pode compartilhar com a gente alguns casos de sucesso?

O grande diferencial do pensamento do design é que a gente sai da lógica do vender mais para a lógica de entender quais demandas e necessidades do consumidor são mais relevantes no mercado. É preciso entender a demanda humana que existe por trás das pessoas para desenhar novos produtos, serviços ou modelos de negócios que vão atender a esta demanda.

Se é uma demanda que existe, logo você consegue desenvolver e vender um pouco mais. Sai da lógica da empresa e do desafio das organizações que são: o que faço para vender mais, como aumento o marketing share, como aumento eficiência. Todos esses desafios são das empresas e não das pessoas. Por isso que as empresas acabam criando um gap, um abismo entre as organizações e o mundo que está acontecendo.

O que a gente faz por meio do design é criar esta ponte para aproximar as organizações das demandas das pessoas e começar a entregar coisas mais relevantes, porque talvez a forma como as empresas estejam entregando coisas hoje em dia seja reflexo de uma revolução industrial de muitos anos atrás e as pessoas já não precisem mais disto. Conheça o case de sucesso da Tecnisa (saiba mais aqui).

Que tipo de empresa pode se beneficiar deste tipo de solução? 

A abordagem do design thinking pode ser aplicada por profissionais e empresas de qualquer segmento. A ideia é adequar todas as fases da abordagem para cada empresa e suas necessidades específicas. A única premissa é que a empresa esteja aberta a entender a demanda e a criar e testar coisas novas.

Da mesma forma, que tipo de situação a Echos se propõe a resolver?

Temos uma vocação para problemas sistêmicos, a gente gosta de atuar na quarta camada do design (projeta a transformação de sistemas e suas estruturas) para resolver problemas sistêmicos. Por exemplo, atuar em cidades ou em mudanças de comportamento e padrões de atividade. Um bom exemplo é o nosso case com a Organização Nacional da Saúde (leia mais neste link: Usando o design thinking para construir o futuro da saúde). Ele aborda problemas sistêmicos, atuar em cidade, atuar em sistema, atuar em sistema complexo e em desafios que de fato sejam sistêmicos até para mudanças de comportamento e mudanças de padrões da atividade como um todo.

Quais são os erros mais comuns que você vê as empresas cometendo em relação ao design thinking?

O mercado se apropria das coisas com um certo nível de superficialidade. O design thinking é erroneamente vendido como um brainstorming, ou um grande processo de ideação com post it na parede. Porém, colocar as pessoas no centro das decisões, usar empatia, colaboração e experimentação para desenvolvimento e aceleração de processos de inovação é muito mais profundo que isso. O design thinking é se aprofundar em um tema, criar e prototipar para achar qual o problema real a ser solucionado, centrado nas pessoas.

Dessa lista de erros, qual você considera o mais grave? Por quê?

O mais grave é isso: usar o design thinking como sinônimo de ideação, porque é muito mais profundo do que isso.

Imagine que uma empresa está preocupada em implantar melhorias em relação a design thinking. Por onde ela deve começar? De maneira sucinta e objetiva, quais as principais recomendações?

O melhor início é a mudança de mindset, a capacitação das pessoas e dos colaboradores para começarem a enxergar o mundo de uma forma diferente. A partir das nossas experiências de aprendizagem, capacitamos pessoas e profissionais para que possam dominar os conceitos de inovação.

A partir dessa mudança, procuramos desenvolver habilidades e comportamentos nos novos inovadores, que saem das nossas experiências de aprendizagem aptos a aplicar as ferramentas e conceitos aprendidos – nos diferentes contextos.

Depois disso, estarão aptos a desenvolver novas soluções e conceitos, por meio de projetos de inovação.

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