Escola de criatividade cria hackathon para ajudar pequenas empresas durante a pandemia 

celinha camargos

Redhook School reúne profissionais de comunicação em laboratório de criatividade para gerar estratégias de marketing para pequenas empresas na pandemia

Para ajudar a pequenas empresas no Brasil durante a crise causada pelo COVID-19, a escola de criatividade Redhook, localizada em Curitiba (PR), lançou o Bluehook, um movimento para ajudar o mercado a “sair do vermelho”. A iniciativa mobiliza profissionais de comunicação, design, digital, marketing, mídia, performance e várias áreas correlatas. Organizados em times multidisciplinares, os profissionais desenvolvem de forma voluntária ações de comunicação de baixo custo e curto prazo para pequenas empresas. E, em contrapartida, esse esforço também conecta os voluntários com novas oportunidades de trabalho. 

Dentre as iniciativas, está a série de creative hackathons dedicada a desenvolver estratégias para gerar negócios, intitulada Blue-Lab. Lançado em maio, o Blue-Lab reúne professores e alunos da escola durante um dia inteiro para trabalhar em estratégias em prol dos pequenos negócios. Para participar, os pequenos empreendedores se inscrevem por meio de formulário no site da escola de criatividade e passam por uma análise prévia, cujo objetivo é selecionar as empresas que serão auxiliadas no próximo hackathon. Desde a criação, foram realizadas 6 edições nacionais do Blue-Lab e uma internacional do projeto, em parceria com a American Advertising Federation, associação oficial americana responsável por reunir e incentivar o mercado publicitário americano com iniciativas voltadas ao setor e ao mercado.

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“A partir de um briefing preenchido pelas microempresas, alunos, profissionais voluntários e mentores criam uma estratégia de execução para apresentar ao longo de um dia de trabalho. Os grupos chegam a soluções bem práticas como: reformulação de logomarcas, posicionamento de marca, identidades visuais, construção de presença digital, ações digitais de relacionamento com o público e estratégias de negócios com foco em resultados imediatos”, explica Celinha Camargos, diretora geral da Redhook School.

A iniciativa ajuda a reforçar às pequenas empresas a importância da comunicação e fomenta a imersão dos empresários em seus negócios para que possam encontrar pontos em estão errando ou acertando. “O Bluehook é um movimento em prol do mercado, uma ideia que já está impactando todo o Brasil e ajudando diversos negócios. É uma proposta desafiadora, mas necessária pelo momento que vivemos”, complementa Celinha.

Ao doarem tempo e conhecimento para essa iniciativa, os profissionais voluntários ganham bolsas de estudo que variam de 15% a 100%. Uma forma de contribuir com as pequenas empresas e, em contrapartida, ter como benefício cursos de aprimoramento. Para entender mais sobre esta ação, conversamos a seguir com a diretora e criadora do Bluehook:

Vamos começar pelo começo: em qual exato momento surgiu o Bluehook? Como veio este insight?

O Bluehook é um movimento criado pela Redhook School ao longo do período de Covid. A gente teve que reinventar tudo o que tínhamos para que a gente conseguisse oferecer para o mercado, alunos, empresas e para os fornecedores de comunicação algo que fosse relevante neste novo cenário. Buscamos algo que fizesse sentido para todo mundo e que ajudasse as pessoas, porque muitos estavam com problemas, inclusive a gente, que também somos uma pequena empresa local e que estávamos passando pelo mesmo momento.

Ao perceber isso e entender que a gente estava conectado com todo mundo, surgiu o insight de fazer algo que as pessoas pudessem trocar conhecimento. Algo que elas tinham ali, na mão, e não precisassem fazer um grande investimento para gerar novas oportunidades de negócios.

Quem é o público-alvo da Bluehook, tanto em termos de empresas que precisam do auxílio, quanto em termo dos profissionais que participam da imersão em comunicação e dos cursos que vocês realizam?

O público-alvo são pessoas do mercado, sejam elas pessoas físicas, profissionais da indústria da comunicação ou empreendedores. Profissionais de marketing e da comunicação das empresas, designers, as próprias agências de publicidade, os fornecedores de comunicação, as produtoras de áudio e vídeo, os estúdios e principalmente as empresas. Auxiliamos sobretudo pequenos e médios negócios, que não tenham departamento de comunicação e que tiveram uma queda gigante no faturamento. São empreendedores que precisam de apoio para fazer a migração para o digital ou dar um start no processo de comunicação para divulgar produtos e serviços, e muitas vezes não sabem nem por onde começar. Então o projeto acaba integrando todas essas pessoas.

Quais foram as maiores dificuldades enfrentadas no início desta iniciativa?

O maior problema no início foi explicar isso para as pessoas, porque é complexo, muitas não conseguiam imaginar o projeto rodando por uma série de motivos. Primeiro: as pessoas não conseguiam entender como a gente ia fazer isso virtualmente, juntar as equipes para trabalharem que nem se conheciam direito, pessoas com perfis vindos de áreas diferentes. E as pessoas também não acreditavam num hackathon de um dia, achavam que a gente não conseguiria executar o trabalho, definir uma estratégia para as empresas, fazer a apresentação e materializar as peças, tudo em um só dia.

Mas, por sorte, a gente tinha muita gente dentro da escola, alunos e professores que já tinham participado de outras iniciativas com a gente e que encararam o desafio da primeira edição e adoraram. Desde então, a maioria das pessoas tem repetido a participação a cada nova edição do projeto.

Quais foram os principais sinais de sucesso que começaram a aparecer, mostrando o acerto da estratégia da Bluehook?

Os sinais de sucesso foram os seguintes: no final do primeiro dia, quando as pessoas olharam para aquilo e falaram: “caraca, como eu não vi isso antes”! E na semana seguinte, quando as pessoas conseguiram praticar as estratégias previstas – algumas das estratégias preveem fases para serem implementadas, porque as pessoas estão sem dinheiro, então tem que ver o que é viável, possível a cada momento.

Quando isso começou a acontecer, as pessoas começaram a nos pedir ajuda para contratar empresas para ajudar na construção de um site ou de uma campanha de Adwords, por exemplo. Isso para mim foi sinal de que o projeto deu certo. A gente já estava gerando oportunidades para outras pessoas e para outras empresas, então esses foram os sinais de que realmente era relevante o Bluehook, de que fazia sentido e de que estava de fato funcionando.

Pensando agora como escola de criatividade, o que vocês fazem que é totalmente diferente da maior parte dos concorrentes?

A gente nasceu como escola de criatividade, como a maioria das escolas dos nossos concorrentes, embora a gente não tivesse só o curso de criação. No entanto, no meio do caminho, toda vez que a gente vê uma oportunidade de fazer algo diferente, inovador, que proporcione um aprendizado e uma experiência educativa, a gente experimenta. A gente não tem medo de experimentar. Esse é o lado bom de ser independente, de ser pequeno. A gente não tem medo de correr risco ao experimentar.

A gente assumiu desde 2015 o posicionamento de ser um hotspot de criatividade e inovação. Então a gente é mais do que uma escola, porque aqui a gente tem laboratório de inovação, a gente mistura as disciplinas, experimenta para poder descobrir novas oportunidades para que os nossos alunos possam se beneficiar disso. Não só vir aqui, fazer um curso, mas apontar caminhos, ajudar a fazer essa conexão que as pessoas envolvidas com a gente precisam ao longo do caminho para poderem sobreviver e gerar novos negócios, o que consequentemente acaba voltando para a gente também. Então é a forma como a gente vê o nosso papel no mercado.

Especificamente em relação a Vendas (que é nosso foco na VendaMais): como as soluções apresentadas ajudam uma empresa a reforçar diferenciais e a não cair na guerra de preços?

Em relação a vendas, o que acontece: ao longo da pandemia, nessa fase em que a gente está, a maioria das empresas conseguiu de um jeito ou de outro colocar um pezinho no digital. Então, todo mundo está lá, algo que antes as pessoas não se preocupavam muito, as empresas estavam cômodas, confortáveis, vendendo nos seus respectivos pontos de venda. Hoje não, as empresas tiveram que achar um caminho no cenário digital para poder vender. E o que acontece quando você pensa com inteligência? Quando você desenha uma estratégia, quando você cuida da sua marca, da sua identidade visual? Isso te ajuda a se diferenciar em um mar de novas marcas e novas empresas.

Todas as padarias vendem pão, mas uma padaria que tem um nome e uma marca bonita, que tem um site profissional e faz um atendimento adequado, ágil, rápido pelo Whatsapp vai se destacar em relação as demais e isso, consequentemente, impacta o resultado de venda. É isso que a gente está fazendo junto às marcas que participam do projeto. Mas do que fazer uma logo, é trabalhar junto em uma estratégia de negócio, um pensamento ágil, mostrar caminhos de como fazer um atendimento diferenciado, de como oferecer alguma coisa a mais para o público que está sendo impactado por uma série de outras empresas, que vendem a mesma coisa que nossos clientes. Então é como achar o seu caminho nesse mar de novos fornecedores, de novos concorrentes no mercado.

O que vocês têm feito de especial para atrair novos clientes e que tem funcionado bem?

O que a gente tem feito é oferecer para as pessoas interessadas em fazer curso na escola, a possibilidade de trocar o tempo delas por ajuda a uma pequena empresa no hackathon criativo. Essa pandemia acabou impactando todo mundo, muitas pessoas tiveram carga horária reduzida, mas também tiveram salário reduzido. Muitas pessoas nas famílias perderam empregos e, às vezes, uma pessoa que antes tinha dinheiro para bancar um curso aqui, agora está tendo que ajudar mais na família, porque outras pessoas perderam emprego.

Nesses casos, a gente dá para essa pessoa a oportunidade de ajudar uma empresa com o que ela sabe fazer, que é comunicação. Então essa pessoa vai para o laboratório, trabalha e, em contrapartida, a gente dá para ela o que a gente chama de bluecoins, uma quantidade por cada hackathon que ela participa e que poderá usar como bolsa nos cursos da escola.

Por um lado, a gente “perde”, porque a gente está abrindo mão de um faturamento em dinheiro para poder dar uma oportunidade de fazer o projeto funcionar. Mas, por outro lado, a gente ganha no volume, porque a gente faz isso virtualmente. A gente não tem mais a limitação física da sala de aula e conseguimos colocar mais alunos em um curso, então esse é um outro lado positivo que vimos para atrair os nossos clientes e para continuar fazendo com que o projeto seja sustentável nesse formato em que está.

E em termos de fidelização de clientes, algo em especial que façam para que os clientes continuem fazendo negócios com vocês?

Sobre fidelização de clientes, a experiência por si só engaja as pessoas. Elas querem voltar, fazer de novo, porque é uma satisfação imensa no final do dia, quando você vê o resultado do seu trabalho, quando vê o quanto as pessoas das empresas que você trabalhou ficam emocionadas. E, de outro lado, o quanto as pessoas ficam gratas por fazerem um curso que elas não conseguiriam pagar, de conseguirem fazer uma capacitação, se desenvolverem e às vezes conseguirem uma nova oportunidade de trabalho. No final do dia, essas coisas por si só fidelizam as pessoas, porque são coisas boas. As pessoas dão muito valor para isso e a gente está apostando muito nisso, nos resultados positivos de atitudes legais para fidelizar os nossos clientes.

Em quais áreas da Redhook foram feitos os principais investimentos nessa pandemia? Não pergunto só em termos de dinheiro/investimentos, mas de revisão de processos, aumento de eficiência, etc. Ou seja, onde foi colocado mais foco e energia?

A gente teve que fazer investimento em muitas coisas. Por exemplo: atendimento! A gente já fazia atendimento digital, mas agora está todo mundo no digital, a gente não recebe mais ligação, mesmo e-mail as pessoas quase não estão usando mais, mandam muito Whatsapp e a gente teve que começar a usar um sistema de Whatsapp. É preciso cuidado no atendimento, capacitar as pessoas para estarem preparadas para esse atendimento online, só via texto a maior parte do tempo, por Whatsapp ou pelas redes sociais. Às vezes uma palavra, um jeito de escrever, pode gerar um entendimento errado do outro lado, e virar uma crise. Então, eu me preocupei muito em preparar as pessoas a conseguirem se relacionar dentro do próprio time, a resolverem as coisas dentro internamente para só depois atender o nosso público, porque a gente lida com um volume grande de pessoas, então tem que estar preparado para isso.

Além da agilidade e do volume grande de informações, é preciso também fazer a organização de processos para que a gente consiga ter agilidade no atendimento. Senão, vira uma bagunça. Por sorte a gente já fazia muito disso antes, então para nós foi mais a questão de combinar alguns detalhes entre a equipe, treinar as pessoas e experimentar.

E particularmente, um grande investimento que fiz foi observar e aprender coisas novas, porque o comportamento das pessoas mudou muito. Entender e aprender como lidar com tudo isso foi um grande investimento, para daí sim, colocar um projeto no ar e falar: “ok, a gente dá conta, a gente consegue, faz sentido, está sendo bem feito, bem organizado e bem gerido”. O grande investimento veio antes, nos primeiros 3 meses da pandemia, até a gente lançar o Bluehook em maio.

Há algo que vocês faziam antes da pandemia e que decidiram PARAR de fazer, por mais dura que fosse a decisão? Por quê?

As aulas presenciais. Essa foi a decisão mais difícil, porque não tem como a gente saber quando poderá voltar e esse sempre foi um dos nossos diferenciais na escola, essa troca entre as pessoas. A oportunidade de estarem aqui, de conhecerem pessoas legais, de fazerem conexão, de aprenderem juntos. Esse clima da Redhook sempre foi uma das nossas caraterísticas mais legais, assim como o nosso ambiente também, e sinto que a gente teve que abrir mão disso. Foi uma decisão muito dura falar: “ok, esquece tudo o que a gente tinha antes, os eventos, e as aulas presenciais. Nos próximos 6 meses a gente vai apostar nesse projeto digital”. Doeu para eu tomar essa decisão e os alunos questionaram, só que a gente tem plena consciência de que foi a melhor decisão. Isso para mim foi o mais duro, o mais difícil.

Quais os próximos passos? Qual o próximo grande objetivo do Bluehook?

O grande objetivo da Redhook é que esse projeto, o Bluehook, seja sustentável, porque todo mundo está fazendo na raça. Ele não é um projeto que se sustenta ainda financeiramente, porque a gente distribui muitas bolsas e a gente ainda está no início do projeto. Tem muitas empresas ainda precisando de ajuda, mas o projeto tem uma necessidade de gestão e de pessoas envolvidas maior do que o time que a gente tem nesse momento. Então, a gente teria a necessidade de atrair um investidor, de achar uma forma de transformar esse projeto para que possa continuar a ser realizado mesmo depois que a gente voltar a ter aulas aqui, presencialmente.

O grande objetivo é fazer desse um projeto sustentável, porque ele realmente gerou resultados incríveis. Esse é o próximo passo, conseguir patrocínio para o projeto para que a gente consiga remunerar os mentores e a própria escola, para que a gente consiga contatar mais gente, não se preocupar tanto com ter alunos pagantes nos cursos. Hoje, a nossa fonte de renda são os cursos, e a gente está dando bolsa para os cursos, então consequentemente a gente está abrindo mão de uma parte importante do faturamento para sustentar o projeto.

Que conselhos daria para alguém que está pensando em iniciar um empreendimento, mas ainda relutando se começa (arrisca…) ou não?

O meu conselho para quem está pensando em iniciar um empreendimento é: primeiro, saiba se isso é relevante. É relevante para esse momento? Faz sentido para as pessoas? As pessoas participariam, consumiriam, comprariam? Por quê elas comprariam? A primeira coisa é analisar isso. Se a resposta for sim, eu defendo que você tem que tentar. Experimente, às vezes não dá certo na primeira tentativa, precisa de uma segunda.

Eu sou o tipo de pessoa que quando tenho uma ideia, um projeto, antes de lançar, eu testo, faço pesquisa. Vou para as pessoas que quero vender e pergunto: “o que vocês acham disso? Vocês comprariam?”. Muita gente dá feedbacks bem bacanas, sobre o que gostam ou não, e isso vai ajudando a moldar o projeto. Eu sou muito de abrir as minhas ideias, de perguntar, de pedir opinião, porque isso me ajuda a desenvolver melhor antes de lançar. Óbvio que você tem que saber muito bem o que está fazendo, ter conhecimento para fazer com segurança. Eu normalmente gosto de ter experiência e conhecimento naquilo que eu quero fazer antes de inventar qualquer coisa.

Existe algum livro, vídeo, filme, pessoa que mais influenciou sua trajetória pessoal/profissional e que você recomendaria para pessoas que querem resultados melhores?

Tem muitos livros que influenciaram a minha trajetória. Eu sempre procurei conteúdo à medida que eu precisava dele para fazer um projeto. Sou muito autodidata, aprendo conforme a minha necessidade de realizar as coisas. Mas tem um livro recente que li que se chama: Leadership, do Rudolph Giuliani. Nele, ele conta que era de uma área totalmente diferente e foi fazer gestão de uma secretaria em Nova Iorque, e como ele realizou esse processo. Então tem as reuniões, a democracia, a liderança e como ele delegava.

Eu sempre fui muito acusada de não delegar, porque não tenho muita paciência de esperar até as pessoas fazerem. E daí eu fui ler esse livro para entender. E aprendi muita coisa que passei a praticar, porque o livro é totalmente focado na prática dele, ao longo do exercício dessa atividade. E muita coisa eu fui colocando em prática e vendo: “nossa, como funciona”! Mesmo se tratando de algo governamental, em Nova Iorque, é gestão e governança, então para mim funcionou superbem. Esse é o último livro que eu li e me marcou bastante. Eu assisto também muitos documentários sobre liderança e sobre criatividade no Netflix e no Youtube, eu gosto e aprendo muito com documentários.

Algum comentário final que gostaria de fazer para nossos assinantes e leitores da VendaMais?

Eu acho que não existe problema sem solução. Eu acredito que existem caminhos, às vezes a solução não é aquela que a gente está visualizando no momento. Por isso acho válido não desistir nunca, por maior que pareça o problema, e por mais que existam momentos em que pareça que não existe solução. Às vezes eu vou até o jardim com meus gatos ou paro para lavar uma louça ou fazer uma sopa, e surge um insight. A gente tem que se permitir respirar, sair um pouco do ambiente e enxergar a solução, porque eu acredito que existe solução para tudo nessa vida. Quero deixar essa mensagem para as pessoas não desanimarem, porque esse é um momento muito complicado, a gente vive altos e baixos. Mas vai dar tudo certo, a gente vai conseguir! É difícil e é normal, está todo mundo passando pela mesma coisa e a gente vai achar a solução, porque ela existe.

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