Autoavaliação: Você seria contratado por sua atual empresa?

autoavaliação

“Você teria coragem de enviar o seu currículo para concorrer à mesma vaga que ocupa ou para uma vaga em um nível superior, na mesma empresa em que trabalha atualmente?” Essa é a pergunta de autoavaliação que faço em todos os meus treinamentos e, por mais incrível que possa parecer, a maioria dos participantes faz uma longa e silenciosa pausa antes de responder.

O fato de estar empregado não dá a você garantia da estabilidade ou empregabilidade vitalícia. Ao contrário do que muitos imaginam, estamos sendo avaliados o tempo todo pelos nossos gestores, colegas de trabalho, fornecedores e principalmente pelos nossos clientes. São eles que nos direcionam para uma promoção ou para uma demissão.

A história do lavrador

A pergunta de autoavaliação: “Você seria contratado por sua atual empresa?” é sempre feita após a ilustração desta narrativa:

Era uma vez um pequeno lavrador que alimentava sua família com os escassos recursos das hortaliças que cultivava em sua pequena propriedade. Era quase impossível sustentar a esposa e os três filhos com tão poucos recursos, uma vez que não havia sequer uma vaquinha para extrair o leite ou, pelo menos, uma galinha para suprir as refeições com seus ovos.

A vida cotidiana até que não incomodava muito o pequeno lavrador. Porém, numa certa manhã, quando caminhava com sua enxada nas costas, ele ouviu um barulho e um movimento anormal em uma pequena mata que cercava sua propriedade. Assustado, correu e se escondeu atrás de uma árvore, quando, de repente, percebeu que uma enorme lebre vinha em disparada na sua direção. Na tentativa de se desviar do lavrador, a lebre bateu com a cabeça na árvore e morreu.

Imagine o tamanho da alegria do lavrador em poder levar uma refeição digna para sua casa. O jantar foi motivo de uma grande festa e se estendeu até o início da madrugada, afinal, não comiam carne há muito tempo e o ensopado de lebre fez o maior sucesso.

Na manhã seguinte, o lavrador saiu sem a enxada, dirigindo-se até o local onde havia “caçado” a lebre, e por lá ficou, esperando uma próxima lebre bater com a cabeça na árvore. Voltou para casa sem a lebre, mas não desistiu, já que se intitulava como o maior caçador de lebres da região.

Repetiu essa mesma rotina por dias, semanas e meses, até que sua família se mudou para a casa de parentes, uma vez que a propriedade não tinha mais condições de produzir qualquer coisa pelo simples descuido do agricultor, que sobrevivia graças às migalhas que os vizinhos davam para ele se alimentar, quando de passagem pela sua propriedade.

Por mais que sua família e os vizinhos o alertassem, o lavrador permanecia convicto na sua decisão, afinal, era o maior caçador de lebres da região. Haveria de aparecer outras lebres batendo com a cabeça na árvore. E assim foram os últimos dias do lavrador, que também morreu encostado na mesma árvore, à espera da próxima lebre.

No mundo das vendas…

Quantos profissionais sofrem dessa mesma “doença invisível”, tornando-se zumbis, deixando sua carreira no piloto automático e, pior, achando que estão fazendo o seu melhor e que já sabem tudo sobre sua profissão?

Devemos tratar as doenças profissionais da mesma maneira como tratamos uma doença física, indo ao médico periodicamente, fazendo um diagnóstico correto e tomando as medicações devidas. É preciso fazer uma constante autoavaliação na sua carreira, identificando os pontos de melhoria, eliminando as possíveis ameaças.

A exemplo da história do lavrador, há muitos vendedores que se julgam capazes de grandes proezas nas vendas, porém, os resultados demonstram uma realidade totalmente diferente, principalmente quando o assunto é sobre bater metas e prestar um atendimento de excelência.

O mais interessante disso tudo é que muitos vendedores e até mesmo os gestores de equipes entram em contato comigo para pedir opiniões sobre como poderiam melhorar seus resultados e também entender por que não conseguem ser promovidos dentro das suas áreas.

No entanto, antes de começar a dar minha opinião, pergunto para eles se estariam dispostos a responder algumas perguntas, em um rápido questionário. Como estão em busca da pílula vermelha (aquela do filme Matrix, que os levará ao país das maravilhas), não fazem qualquer objeção em responder.

Agora vem o mais curioso: depois de três perguntas, as pessoas já ficam desconfortáveis para responder às demais e, na sequência, se deparam com o maior insight e jamais imaginado por elas: descobrem que o que precisa ser modificado de imediato são os princípios, os hábitos, a disciplina e os valores interiores. Descobrem por si mesmas que suas atitudes não condizem com a expectativa desejada e que precisam fazer as coisas simples e elementares antes de buscar uma graduação acadêmica na sua profissão.

Tenho a sensação de que existe uma blindagem negativa e contrária ao autodesenvolvimento e até mesmo uma certa resistência pela maioria dos vendedores quanto ao descobrimento de ferramentas e ao aprendizado de novas técnicas e metodologias para aplicar no dia a dia na sua carreira. Alguns sentem até aversão aos treinamentos de vendas. 

O pior de tudo é que muitos ignoram os sinais emitidos pelos clientes que mostram que estão perdendo território e espaço no mercado.

Não há como aplicar técnicas sem antes conhecer os princípios.

Teste de autoavaliação da carreira

Durante minha carreira de mais de 25 anos, exercendo a profissão de vendedor e gestor de equipes comerciais, observei em muitos dos meus treinamentos que mesmo as coisas simples e óbvias não são praticadas pela maioria dos vendedores e, com isso, os resultados são sempre medianos.

E você? Quer testar como anda os resultados das suas vendas? Que tal responder as perguntas abaixo e fazer sua autoavaliação e diagnosticar sua carreira? São perguntas simples, diretas e objetivas, para não dizer que são extremamente óbvias.

Dê as seguintes notas para cada questão abaixo:

1 – Não se aplica/Nunca    2- Raramente    3-  Faço de forma constante

1 – [   ] Você leu mais de três livros de vendas nos últimos 12 meses?

2 – [   ] Leu pelo menos um livro de vendas nos últimos 3 meses?

3 – [   ] Você tem meta diária para a leitura de artigos sobre técnicas de vendas?

4 – [   ] Você leu pelo menos um livro de negociação e um de persuasão nos últimos 6 meses?

5 – [   ] Você assina e lê mensalmente alguma revista de técnicas e motivação em vendas?

6 – [   ] Você assiste, ao menos, um vídeo de vendas ou negociação por semana?

7 – [   ] Você participou de mais de dois treinamentos de vendas nos últimos 12 meses?

8 – [   ] Você investiu algum valor do seu salário em treinamento de vendas e/ou negociação nos últimos 6 meses?

9 – [   ] Você dedica um tempo semanalmente para planejar suas atividades e treinar as suas vendas?

10 – [   ] Você dedica tempo diário para avaliar suas demonstrações?

11 – [   ] Você tem sido referência de vendas para sua equipe? Sua empresa? Sua família?

12 – [   ] Você está dando o seu máximo? Seu melhor?

Some todas as suas notas: __________

Resultados da autoavaliação: (minha análise bem subjetiva)

  • Se a sua nota nesta autoavaliação foi 36 pontos, meus parabéns. Continue assim. Você faz parte de 15% dos vendedores de alta performance.
  • Se sua nota nesta autoavaliação estiver entre 20 e 30 pontos, tem muito o que melhorar. Seus resultados podem ser medianos. A boa notícia é que ainda dá tempo. Minha sugestão é que você assine Revista VendaMais e participe dos cursos online oferecidos pelo Instituto VendaMais. São excelentes fontes de informações e que provocam resultados imediatos na sua carreira, além de você economizar um monte de dinheiro.
  • Se sua nota nesta autoavaliação ficou abaixo de 20 pontos, creio que seja hora de rever sua profissão.

Costumo encerrar esse exercício fazendo uma analogia entre as profissões de médicos e vendedores: 

Imagine estas mesmas perguntas (adaptadas para a área específica) sendo feitas para um grupo de doutores, momentos antes de participarem como palestrantes em um congresso na área de transplante de medula. Será que um profissional deste gabarito tiraria menos que 36 pontos?

Se você respondeu “não”, está correto!

Então, o que diferencia estes profissionais dos vendedores? Nada. Cada um segue a carreira que gosta, a diferença é que os médicos a encaram como uma profissão.

E daí, você seria contatado pela sua atual empresa?

Lembre-se: Você nasceu para brilhar. Faça valer a pena!

Edvaldo Eliezer

Palestrante, head trainer, coach e business working. Certificação pela SBCoaching, Sales Coaching & Brian Tracy e Instituto VendaMais. Especialista em Negociação, Vendas, Liderança e Alta Performance para Resultados

Visite: www.edvaldoeliezer.com.br

Leia também:

Conteúdos Relacionados

Pin It on Pinterest

Rolar para cima