A pandemia do coronavírus exige mudanças nas empresas e adaptações na rotina laboral. Com isso, muitas medidas, nunca antes praticadas, foram necessárias para manter o desempenho e atividade das empresas. Confira abaixo lições que 10 CEOs brasileiros estão aprendendo com a crise gerada pela pandemia do Covid-19.
Juliano Primavesi, da KingHost
Para Juliano Primavesi, CEO da KingHost, empresa de soluções digitais para profissionais de tecnologia e empreendedores, a estabilidade não faz parte do contexto de quem empreende. Cenários adversos, como o atual, são momentos de aprendizado acelerado e que colocam em evidência características que desenvolvemos ao gerir negócios, como adaptabilidade e resiliência. Quando, acima de tudo, o timing não pode ser perdido, eles colocam seus valores essenciais para guiar as decisões.
Para a KingHost, isso significa manter as pessoas no centro, liderando pelo exemplo, priorizando formatos de colaboração, trabalhando com ciclos curtos de avaliação-planejamento-ação e adaptando o que é preciso. Assim, é possível manter as práticas que importam a todos, como comunicação transparente e frequente, integridade nas relações, benefícios voltados ao bem-estar e buscando oportunidades de convergência com nosso propósito de simplificar o uso da tecnologia para cultivar parcerias incríveis.
Daniel Scandian, da MadeiraMadeira
Não se deixar tornar refém daquilo que não se pode controlar, não especular e tentar ao máximo manter a segurança e bem estar do time. Essas são as maiores lições que o momento de isolamento social e a Covid-19 ensinaram Daniel Scandian, CEO da MadeiraMadeira, nos últimos dias. O CEO, que aprendeu com o automobilismo a lidar com as frustrações e enfrentou diversos desafios ao longos dos 10 anos à frente desta plataforma de produtos para casa no Brasil, traz como premissa a transparência e a resiliência, acreditando que é necessário traçar novas estratégias para diferentes cenários, e principalmente ter calma para atravessar momentos como este.
Maurício Feldman, da Volanty
O CEO da Volanty explica que desde o início sua preocupação foi manter a segurança do time e dos clientes. Por isso, iniciar o trabalho em regime home office foi a melhor opção para aqueles que dividiam os espaços dos escritórios de RJ e SP. Para viabilizar a segurança dos colaboradores que atuam nos Centros de Atendimento Volanty, a solução foi criar uma operação de vendas online, garantindo que os clientes fossem atendidos com segurança e mantendo os cuidados definidos para o time.
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Vitor Torres, da Contabilizei
O fundador e CEO da Contabilizei, escritório de contabilidade pioneiro em oferecer os serviços de forma online, propõe que cada um reflita sobre o que estava fazendo antes do Covid e se este propósito está alinhado com a sua verdade. Ele orienta fazer a si mesmo alguns questionamentos, como:
- Quem eu era antes dessa pandemia?
- Como faço para dar o melhor de mim neste momento?
- Daqui há 3 anos, como vou lembrar desse momento?
- Vou ter orgulho da pessoa que eu fui no momento mais crítico que nossa geração terá vivido?
Para Vitor, é preciso enfrentar o fato de que nem tudo está sob o nosso controle e buscar por coisas e pessoas que nos inspiram. Esse é um exercício que necessita ser feito diariamente para a construção de novos hábitos e reflexão sobre a rotina. Como líder da companhia, reforça que estar inspirado para poder inspirar os outros é um dos pontos que dá força para superação.
Marcelo França, da Celcoin
De acordo com o CEO do Celcoin, startup que fornece infraestrutura de serviços financeiros para microempreendedores e outras 80 fintechs, transformar a operação da noite para o dia para que todos os colaboradores da fintech pudessem trabalhar de suas casas foi viável devido ao alicerce tecnológico constituído desde sua fundação, em 2016. Contudo, ele ressalta: “ainda que os gestores e equipes consigam emplacar bons resultados e alta produtividade no modelo home office, estamos focados em ir além desses desafios, porque a criatividade e inovação se fazem ainda mais necessárias neste cenário. Fazemos reuniões constantes de alinhamento por videoconferência para que o processo criativo e o contato frequente dos recursos humanos do Celcoin não se percam e nem se desconectem. Em tempos de crise, equipes sinérgicas são o maior combustível para uma empresa e prezar pela comunicação integrada em uma fintech nunca foi tão fundamental. Daqui para frente, valorizaremos cada vez mais o team work e essa é uma lição muito valiosa de liderança que estamos vivenciando.”
Lívia Rigueiral, da Homer
Para a cofundadora e CEO do Homer, startup que conecta corretores imobiliários de todo país, a pandemia reforçou a necessidade de modernização e remodelagem dos profissionais. “Com as conexões que a plataforma gera, trabalhar remoto ficou muito mais fácil. Pois, o corretor imobiliário pode encontrar opções mais assertivas para seus clientes, realizar parcerias e posteriormente até fazer um tour virtual, com o auxílio de plataformas digitais, como o Homer, que tem o DNA tecnológico voltado para a conexão à distância. O momento mostrou que o mercado tem empresas com soluções de negócios, mas que os profissionais ainda precisam aceitar e entender a importância das transformações. Os corretores, que antes apresentavam resistência às novas tecnologias, agora entenderam que essa é uma forma de crescer e encontrar alternativas para o setor.”
Alex Frachetta, da Apto
Para o CEO de Apto, plataforma que conecta possíveis compradores de imóveis novos a construtoras e empreendimentos, o principal aprendizado têm sido a compreensão da máxima “empresa que tem caixa é rei”. Além disso, ele aprendeu a alterar rapidamente, em uma semana, as atividades e planos do dia a dia, como postergar alguns projetos comerciais por um mês. Outro ponto importante é que, segundo Alex, Apto está utilizando esses dias para capacitar ainda mais a equipe, já que a receptividade de clientes pode mudar nos próximos meses.
Francisco Ferreira, da BizCapita
“Gerenciar uma startup em um momento de pandemia global nunca passou pela minha cabeça. É uma experiência totalmente nova e os desafios são diários. Tive que me acostumar a trabalhar com o time distante, sem perder a produtividade. A principal adaptação foi mudar completamente as prioridades”, explica Francisco Ferreira, sócio-fundador da BizCapita, fintech que concede empréstimos para pequenas e médias empresas. Ele também conta que, nesse período, aprendeu muito sobre economia, políticas públicas e medidas do governo. “Passo o dia inteiro lendo sobre as mais diferentes fontes e tentando encontrar as melhores alternativas para a empresa”, finaliza.
Marcelo Souza, da Indústria Fox
Para o CEO da Indústria Fox, pioneira em reciclagem com base na captação de gases no Brasil, o momento é de se reinventar. Como tudo ainda é instável e não há muita clareza sobre como serão os próximos dias ou meses, a empresa se adaptou rapidamente diante da situação e, em uma gestão de crise assertiva, decidiu investir no e-commerce da sua loja física, a Tudo Bônus, que vende produtos de linha branca remanufaturados.
“Vimos nisso tudo uma oportunidade de falar diretamente com as pessoas e impulsionar as vendas. Estamos conseguindo fazer o sistema de entrega funcionar normalmente, mesmo nesse período. Temos registrado zero de recusa nas nossas vendas”, conta o CEO. Para Marcelo, assim como para muitos outros empresários, o novo desafio bateu à porta repentinamente, mas a criatividade, a mudança de mindset e as novas possibilidades para o negócio foram essenciais neste momento. “Precisamos nos reinventar e vimos que isso foi positivo, nos sinalizou novos caminhos e agregou valor para o que somos enquanto empresa e como pessoas”, finaliza.
Danilo Martins, da Yesfurbe
Para o CEO da Yesfurbe, plataforma de compra e venda de smartphones refabricados, o momento trouxe maior aproximação com o colaborador de forma imediata. Cada um está conhecendo melhor seus pontos mais vulneráveis individualmente e, como empresa, passaram a descobrir como ajudá-los. O home office se tornou uma possibilidade muito viável e com continuidade de produtividade. Com isso, garantiram a entrega e a qualidade dos serviços.
Diferente de outros segmentos, perceberam que o mercado não estava preparado para uma pausa como essa. “Notamos que o nosso reforço nos estoques, feito semanas antes, foi fundamental para manter a nossa estratégia de venda. Estamos assistindo e dando suporte aos nossos colaboradores em home office e pensando como isso pode ser aplicado no dia a dia, quando tudo voltar ao normal, de uma forma mais próxima e acolhedora. Ainda, nossos parceiros e fornecedores menores estão recebendo atendimento prioritário quanto aos pagamentos. Entretanto, é tempo de olhar para o futuro e perceber que algumas estruturas não estavam tão sólidas quanto nós imaginávamos, por isso um novo planejamento de empresa será fundamental para os próximos meses.”
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