Livro Empreendedorismo 360˚ ensina como ser um empreendedor completo

Todo empreendedor é um sonhador. Mas apesar de grandes negócios nascerem no “mundo das ideias”, é a prática real do dia a dia que torna possível um sonho ser concretizado e gerar grandes resultados. É disso que trata o livro Empreendedorismo 360˚ – a mais nova obra de Jerônimo Mendes, especialista em gestão de empresas e pessoas com mais de 35 anos de experiência.

Em entrevista a Raul Candeloro, Mendes explica que o objetivo do livro é ser um guia prático para os empreendedores, indicando os motivos que separam os empresários que prosperam daqueles que desistem diante do primeiro obstáculo. Acompanhe a conversa e anime-se para incluir Empreendedorismo 360˚ na sua lista de próximas leituras a fazer!

Raul Candeloro – Fale mais sobre ser um “empreendedor 360˚. O que isso significa exatamente e qual é a diferença em relação ao empreendedorismo em geral?

empreendedorJerônimo Mendes – Trata-se do empreendedor completo. Vamos iniciar com uma frase de reflexão: começar um negócio é fácil; difícil é fazê-lo prosperar.

A maioria desiste no meio do caminho, portanto, a ideia é levar o futuro empreendedor a entender que existe vida além do negócio e que o sucesso vai muito além de se ter uma simples ideia.

A fórmula do sucesso é mais simples do que o caminho para percorrê-la:

S (Sucesso) = I (ideia) + E (Estratégia) + D (Dedicação) + F (Foco) + G (Gestão) + P (Persistência).

A diferença entre o empreendedor normal e o 360˚ é que o segundo passou pelo primeiro, mas o primeiro ainda não chegou ao segundo.

Por que você acha que a maior parte dos empreendedores ainda não tem as atitudes/habilidades/resultados de um empreendedor 360˚?

Vou responder com uma frase citada por Peter Drucker em Inovação e espírito empreendedor: “Empreender não é ciência nem arte, é uma prática”.

Leva tempo para consolidar uma ideia, uma empresa, um negócio. Apesar de toda literatura, ferramentas e modelos de negócio existentes no mercado, a consolidação do negócio só vem com a experiência ou a maturidade.

Você poderia dar um exemplo prático, extraído do seu livro ou palestra, que exemplifique melhor seus principais conceitos?

Vejamos o caso do Alexandre Tadeu Costa, fundador da Cacau Show, tradicional fabricante de chocolates. Há pouco mais de 20 anos, Alexandre tinha somente uma ideia e boa vontade, mas conhecia pouco de chocolate. Por conta disso, ele foi humilde e ao mesmo tempo racional ao procurar ajuda de uma especialista no assunto.

Com o tempo, Alexandre foi se especializando e cercando-se de bons profissionais com habilidades complementares, capazes de fazer o que ele não conseguia: mestres em produção, logística, vendas, finanças etc.

É impossível ser tudo para todos, e ele captou bem a mensagem a ponto de deixar a presidência da empresa antes dos 50 anos para se dedicar ao Conselho. Existe um limite para a nossa capacidade de gestão e poucos empreendedores ou empresários se dão conta disso. Alexandre não deixou a empresa, mas concluiu que poderia contribuir mais em outra posição, sem perder de vista o negócio.

Quais são os erros mais comuns que você vê empreendedores cometendo?

Por experiência, estes são os erros mais comuns:

  • Tentar ser tudo para todos.
  • Descuidar-se e misturar o fluxo de caixa pessoal e da empresa.
  • Não ter uma estratégia de médio e longo prazo.
  • Dar pouca ou nenhuma importância para o planejamento.
  • Tratar as pessoas como números.

Dessa lista de erros, qual você considera o mais grave? Por quê?

Todos são graves, mas quero dar ênfase ao primeiro: tentar ser tudo para todos. Michael Gerber afirma que existem três tipos de pessoas nas empresas: o Empreendedor, o Administrador e o Técnico.

O primeiro, o empreendedor, é o sonhador, o visionário, o fomentador de negócios. Mas ele precisa do segundo, o Administrador, alguém com conhecimento de gestão de negócios, e também do terceiro, o Técnico, o que entende do produto, do processo ou do serviço.

Tome por base o exemplo de Steve Jobs, o visionário. Havia por trás dele o Steve Wozniak, o gênio do sistema Apple. Entretanto, quando Steve tentou administrar a Apple à sua maneira, quase levou a empresa para o buraco. Foi necessário demiti-lo da sua própria empresa para ele se dar conta de que é impossível ser tudo para todos. Isso é comum nas empresas familiares e, nesse aspecto, as empresas brasileiras ainda têm muito para evoluir.

empreendedorismo

Imagine que um empreendedor esteja procurando melhorar seus resultados. Por onde começar? De maneira sucinta e objetiva, quais as principais recomendações?

Peça ajuda para quem entende, procure um bom consultor, faça um curso de especialização, contrate bons profissionais ou, no mínimo, leia um livro sobre o assunto.

Algumas ferramentas são simples e ajudam muito: modelagem básica do negócio, posicionamento estratégico, matriz SWOT, análise de tendências e a reação tridimensional proposta por John Kotter.

Falando um pouco do seu trabalho como consultor e palestrante, que tipo de empresa geralmente contrata seus serviços? O que buscam?

empreendedor

Sou especialista em Gestão de Pessoas e Gestão de Negócios, e as duas coisas estão intimamente ligadas. Portanto, minha missão é ajudar os empreendedores, líderes, gestores a olharem para o negócio com mais praticidade e pensamento estratégico (longo prazo).

Qualquer processo de mudança requer três coisas básicas: reconhecimento do problema; ajuda de um bom profissional e um plano de ação bem estruturado. Geralmente, quem me procura está estacionado em algum ponto e não consegue sair do lugar sem o respaldo de um especialista.

Adoro lidar com empresas familiares, sou um motivador por natureza, mas qualquer mudança requer técnica e boa vontade, principalmente dos membros da família.

Por outro lado, que tipo de consultoria não é adequada para você? Ou seja, que tipo de problemas/situações você geralmente prefere não aceitar ou indicar para algum colega?

Cada vez mais eu me conscientizo da importância da máxima de Jack Trout e Al Ries: quem quer ser tudo para todos acaba não sendo nada para ninguém. Portanto, ainda que eu conheça muita coisa, não me arrisco a fazer a maioria delas porque tenho amigos muito melhores e mais especialistas do que eu.

Meu negócio é coaching, palestras e treinamentos relacionados a empreendedorismo, planejamento estratégico, reestruturação de empresas, planos de negócio e liderança, principalmente para empresas familiares.

Qual é o seu diferencial em relação a outros consultores? Qual sua marca registrada?

Mais de 35 anos experiência em empresas de médio e grande porte. Trabalhei em mais de 20 projetos de reestruturação de empresas e realizei mais de 30 planos de negócio. Eu utilizo metodologia para tudo e, por ter uma sólida formação em coaching, tenho um jeito especial de lidar com pessoas de todos os tipos e dificuldades.

Sou um motivador por natureza e sempre digo que não existe negócio que não dê dinheiro, mas o que falta, além da motivação, é a disciplina para fazer as coisas acontecerem.

Com tanta experiência na área de gestão de empresas, quais dicas ou informações você vê sendo dadas pela mídia sobre esse assunto com as quais não concorda?

Sou inimigo do empreendedorismo de palco, aquele em que você enche a bola das pessoas afirmando que elas podem tudo, mas no dia seguinte elas não sabem nem por onde começar.

Empreendedorismo 360˚ - Jerônimo Mendes

Eu procuro mesclar motivação e técnica, ou seja, lado racional e lado emocional. Motivação é importante, mas o que faz diferença no dia a dia dos negócios continua sendo um bom produto ou serviço, uma ótima estratégia, mão-de-ferro no fluxo de caixa e as “pessoas certas, no lugar certo, fazendo a coisa certa”.

Cada ser humano tem a sua própria vocação, um dom, uma habilidade natural, algo com o qual se sente mais confortável em realizar. Contudo, se não houver estudo, prática e aperfeiçoamento, a vocação nunca será exercida com maestria, seja como empregado ou como patrão. Leva tempo para descobrir o quanto somos ricos e capazes de realizar as coisas.

Algum último comentário que queira fazer para os leitores da VendaMais?

Costumo afirmar que não existe estratégia certa ou errada em negócios. Existe estratégia que deu certo ou estratégia que deu errado, entretanto, nunca saberemos antes de testar.

Se você quer sair da mesmice e ir além da multidão, precisa estar disposto a pensar e a fazer diferente. Pensar dá trabalho, poucas pessoas estão dispostas a isso e, pela mesma razão, as que pensam e agem com mais critério prosperam.

Conheça o trabalho de Jerônimo Mendes:

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