Alessandra Assad

Confira, a seguir, uma entrevista exclusiva com Alessandra Assad…

Vamos começar falando do seu livro Atreva-se a mudar. Qual é a principal ideia ou conceito que você defende nele? Por que ele é diferente dos outros materiais sobre o mesmo assunto, que já se encontram disponíveis no mercado?

O livro traz à tona a importância de se fazer gestão de mudanças dentro das empresas. Mudar é preciso, mas nem todas as empresas se encontram preparadas para isso. A grande mensagem é: “Mude antes que seja tarde, ou antes que o seu concorrente faça isso por você”.

O livro permite uma mescla de prática cotidiana com estudo introdutório de gestão de pessoas e de mudanças, com dicas práticas que podem facilmente ser aplicadas em pequenas, médias e grandes empresas. É ideal para pessoas que pretendem iniciar uma mudança significativa e não sabem por onde começar.

Como você começou sua carreira como palestrante?

Eu comecei fazendo uma palestra sobre comunicação e vendas para uma escola de vendas parceira da revista VendaMais. Isso aconteceu em 2006. Logo em seguida, fui convidada por um aluno que me assistiu para palestrar na empresa em que ele trabalhava. Aos poucos fui me profissionalizando e não parei mais desde então.

Que tipos de empresas geralmente contratam seus serviços? O que elas buscam?

Empresas que buscam mais do que simplesmente motivar seus funcionários. Sabem que entrego seriedade em minhas palestras, com uma pitada de entretenimento, mas não posso ser classificada como palestrante motivacional. Ainda que a motivação precise estar presente em tudo o que fazemos, minhas palestras são de conteúdo para empresas que buscam o aprendizado como forma de crescimento.

Por outro lado, que tipo de evento não é adequado para você? Ou seja, quais são os problemas/situações/treinamentos que você geralmente prefere não aceitar e, então, indicar algum colega?

Quando o cliente me pede para “animar” os funcionários, eu não hesito em indicar outros colegas, os quais são especialistas e se posicionam dessa forma. Quando o tema solicitado não está entre os temas do meu portfólio, também prefiro indicar colegas. Hoje trabalho apenas com comunicação, gestão de mudanças e gestão de pessoas.

Qual é o seu diferencial em relação a outros palestrantes; qual é a sua “marca registrada”?

Acredito que é preciso, para um palestrante, não só dominar o palco, mas entender sobre aquilo que faz. Hoje meu diferencial é ser a única jornalista especialista em management e também professora de management nos cursos de MBA da FGV. Sou capaz de mesclar sala de aula com palestras, entrevistas e artigos de uma forma bastante natural. Posso falar para gestores, para líderes e para estudantes com a mesma naturalidade e dinamismo que falo para os funcionários de chão de fábrica. Penso que minha marca registrada é seriedade + entretenimento + conteúdo = prazer + aprendizado.

Além do seu próprio site (www.alessandraassad.com.br), que endereços você recomenda para quem quer saber mais sobre esses assuntos?

Sempre recomendo os sites www.vendamais.com.br, www.hsmonline.com.br, www.administradores.com.br e www.soap.com.br.

Quais são seus livros ou autores preferidos na área de negócios?

Eu gosto bastante de todos os livros do Jack Welch, de Jim Collins, de Neil Rackham, de Ram Charan e Stephen Covey, apenas para citar alguns. Recomendo a leitura de Bíblia de vendas (Jeffrey Gitomer), Reinventando a gestão de vendas (Neil Rackham) e Paixão por vencer (Jack Welch).

Como foi o seu momento profissional mais memorável, o que mais lhe marcou?

Cada palestra é única e traz uma emoção diferente. Fiquei muito emocionada quando ensinei motoristas a usar Matriz SWOT e também quando falei sobre fidelização de clientes para analfabetos e recebi um feedback muito mais rico do que eu poderia imaginar. Nunca me esqueci da primeira vez que falei em um grande evento, a ExpoVendaMais 2007. E também a minha melhor avaliação, que foi em uma palestra paralela que ministrei na ExpoManagement, no mesmo ano.

E qual foi a situação mais desastrosa ou engraçada que já ocorreu em alguma das suas palestras ou eventos?

Tenho duas situações que não chegaram a ser desastrosas, mas que foram estranhas. A primeira delas foi no interior do Mato Grosso. Eu falava para pessoas muito humildes da região do Alto Xingu, e as mulheres que não tinham com quem deixar suas crianças as levavam para a palestra. Enquanto eu falava, uma multidão de crianças corria gritando o tempo todo, bem na minha frente, e eu estava vendo a hora que uma delas iria tropeçar no cabo do meu computador e virar o único copo de água que eu tinha para tomar. Comecei a ficar nervosa, então, resolvi segurar o copo de água. Quando vi, estava segurando o copo, o microfone e o controle remoto do computador e não tinha mais mobilidade alguma. Aquela bagunça das crianças me desconcentrou e me atormentou tanto que precisei pedir para as mães segurarem suas crianças antes que acontecesse algum acidente.

A segunda foi totalmente surpresa. Eu estava palestrando em um evento grande com o Luis Paulo Luppa e o Daniel Godri. No meio da palestra, apareceu uma janela na tela do meu computador escrito “Este computador executou uma operação ilegal” e simplesmente fechou tudo e desligou. Olhei para a tela e não acreditei, olhei para a plateia e todo mundo estava congelado também… então, usei o bom humor como estratégia para me acalmar. Falei: “Olha, que surpresa. Agora eu quero ver quem estava ligado na palestra…”. Comecei a fazer perguntas sobre o tema e continuei falando, envolvendo o público enquanto ligava novamente a máquina. Chamei pessoas até o palco, sorteei livro, e foi legal que tudo isso tenha acontecido. Quando consegui deixar a palestra no ponto em que estava antes do “apagão”, continuei e no final acho que deu tudo certo.

Qual é o maior erro que você nota nas convenções ou nos treinamentos das empresas?

Em minha opinião, os maiores erros são a falta de comprometimento do público e a falta de levantamento de necessidade da empresa. Algumas ainda acham que convenção é sinônimo de “oba-oba”. Muitas vezes, contratam um palestrante porque é famoso ou porque é barato e acabam não alinhando as convenções à estratégia propriamente dita. É um erro. Já é possível vermos algumas empresas corrigindo isso e começando a optar por treinamentos com mais horas e pela criação de universidades corporativas. São formas mais inteligentes de se medir resultado diante do investimento. Sinto que, aos poucos, esse cenário tende a mudar no Brasil.

Por que você acha que tantas reuniões e tantos treinamentos são chatos ou improdutivos? O que poderia ser feito para melhorar isso?

As pessoas precisam entender o que vão ganhar com isso e de que forma podem crescer com esses treinamentos. Na maioria das vezes, as pessoas participam porque são obrigadas e muitas vezes não tem o menor interesse no assunto apresentado. As empresas não deveriam treinar todos os funcionários, da forma como é feito hoje, deveriam investir apenas nos bons, naqueles que apresentam resultados. Esse choque mudaria, com certeza, a forma de se encarar um treinamento. Sinto que os funcionários ainda não valorizam os treinamentos da forma como deveriam. Falta vender isso melhor para dentro das próprias empresas.

Que grande conselho ou dica você daria para alguém que quer melhorar seus resultados no trabalho e/ou na vida?

Independentemente das condições que a vida lhe der, faça aquilo de que você gosta e no que tem talento. Você terá muito mais chances do que a maioria das outras pessoas para ter sucesso. Estude, também, porque isso ajuda a maximizar as forças e minimizar as fraquezas. A única pessoa que pode correr atrás dos seus resultados e realizar seus próprios sonhos é você mesmo.

Há algum comentário final que gostaria de deixar para os nossos leitores?

“Só existe uma forma de tocar o coração de alguém: usando o seu próprio coração”.


Alessandra Assad é formada em jornalismo, com pós-graduação em comunicação audiovisual e MBA em direção estratégica. Atualmente é âncora do programa de TV Gestão 360 graus, percorre o Brasil como palestrante requisitada na área de vendas e gestão, é professora no MBA de gestão comercial da Fundação Getulio Vargas, colunista de alguns veículos de comunicação impressos e sites. É autora de muitos artigos sobre liderança, gestão de mudanças, comportamento organizacional, comunicação, vendas, motivação e atendimento ao cliente. De 2003 a 2009, atuou como diretora de redação da revista VendaMais, a maior revista de vendas do Brasil, e desde 2006 é sócia idealizadora da ASSIM ASSAD – Desenvolvimento Humano. É consultora sênior do Instituto MVC em comunicação verbal, técnicas de apresentação e comunicação para vender, e autora do livro Atreva-se a mudar! – Como praticar a melhor gestão de pessoas e processos.

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